O historiador e técnico Jesús Pilar Sobejano explicou a relação entre arte e vinho desde a cultura da Mesopotâmia e Egito até o prazer contemporâneo, que aqui replicamos.
As primeiras manifestações artísticas e documentos escritos aparecem no Oriente Médio e continuam em representações dos faraós da cultura egípcia. Os fenícios foram transcendentais devido a comercialização do vinho, o que fez com que se propagara ao longo do Mediterrâneo até chegar na Península Ibérica por volta de 2900 antes de Cristo.
Na época grega apareceram as divindades relacionadas ao vinho e os romanos popularizaram a bebida fazendo com que fosse consumida diariamente.
Na Idade Média as manifestações artísticas do vinho estão ligadas ao cristianismo, dando um caráter sagrado com os momentos importantes na Bíblia: a Última Ceia. Neste momento aparecem as cenas de vindima e o vinho como um elemento habitual.
No Renascimento e no Barroco os pintores modificam os estilos de representação aparecendo os bebedores de vinho com aparência de demônio. O vinho como parte da dieta tradicional da sociedade se reflete na arte com a aparição das adegas, e do vinho na caça.
Pintores famosos como Velázquez, Goya, Van Gogh, Cezánne ou Monet realizaram obras com cenas vinculadas ao vinho. Desaparece a imagem de deus, agora é o momento do homem como protagonista do vinho como elemento terrenal. Aparecem também tabernas, garrafas e o ócio. Na arquitetura, inclusive com o espanhol Gaudí, aparece a importância do cálice e das uvas.
Atualmente existem outras catedrais que mostram o vinho desenhadas pelos arquitetos como Rogers, Foster, Guery, Hadid, Calatrava ou Marino Pascual. O mundo das garrafas também experimentou um boom artístico com autores como Picasso, Dalí ou Miró.
