A comida argentina: tradição e inovação

A comida argentina: tradição e inovação

Maria Podesta: Presidente da Academia Argentina de Gastronomia e Vice-presidente da Academia Iberoamericana de Gastronomia

 


Conhecida por seus assados, sua carne de primeira qualidade, o doce de leite ou as empanadas, a cozinha da Argentina se converteu em um estilo culinário particular e bem definido. “É verdade que a influência europeia exerceu um importante papel, modificando, durante séculos, os sabores e as formas da nossa gastronomia mais tradicional”. No entanto, a personalidade argentina unida ao sempre presente azar, assim como os produtos suscetíveis de se desenvolver em nossa terra, construíram uma receita gostosa e atualmente conhecida em todo o mundo.

“Na Argentina a tradição não tem o mesmo peso que em países como Peru ou México – muito importantes também por sua gastronomia -, a tendência é mais europeísta, influenciados pela cozinha italiana ou espanhola”. Se existe uma excessão, a do norte do país; aqui se continua cozinhando receitas anteriores aos descobrimento da América. Ilhados e localizados em uma zona próxima a outros países como Peru ou Bolívia, os argentinos do norte cuidam da tradição e continuam aplicando em suas cozinhas; elaborando pratos com milho, a famosa “papa”, o locro, a aumita ou a mazamorra. “Há alguns anos se desprestigiava a maneira “antiquada” de cozinhar dessa população reduzida, e agora, em época de recuperação e cuidado dos costumes – ao menos no âmbito que conhecemos -, se despertou certo interesse pelas raízes da gastronomia argentina. Desta forma, a tendência gira em torno o gosto pela cozinha como expressão cultural, social e histórica, dando valor aos ingredientes naturais, produtos autóctones e mistura com a nova cozinha.

Academia Argentina de Gastronomia

A Academia Argentina de Gastronomia se formou em 1995, iniciativa de Dom Rafael Ansón, presidente da Real Academia Espanhola de Gastronomia e da Academia Iberoamericana. O objetivo de sua criação não é diferente da iberoamericana ou a espanhola. Estamos focados na comida regional, autóctone, para a superficie territorial que abarca distintas províncias, os climas, a fauna ou a flora. Tentamos colocar nossas matérias-primas de relevo e damos valor à formação dos especialistas da cozinha na Argentina.

A Academia é formada por pessoas que sentem especial vocação pela gastronomia, 42 no total; 40 homens e só 2 mulheres. “Somos empresários, historiadores, filósofos, sociólogos, mas sobretudo nos une a paixão pela cozinha”.

“Nos reunimos uma vez por mês, jantamos ou almoçamos, e falamos de novos talentos, restaurantes, chefs ou tendências. O resultando de todas estas análises se traduz em uma série de prêmios que outorgamos  a cada dois anos para as melhores publicações, restaurantes ou adegas do país. Além disso, há 10 anos publicamos o Guia IPF, similar ao Campsa.” É o livro mais vendido da Argentina, com 3500 estabeleciments entre restaurantes, hotéis e adegas. Se transformou num referecianl absoluto de consulta gastronômica e turística. “Tudo isso acompanhamos com a parte virtual da Academia, claro, temos, uma página onde colocamos todo tipo de conteúdo relacionado com nossa gastronomia, as notícias e as novidades. Todo aquele que esteja interessado pode nos visitar em: academiaargentinagastronomia.com

Podem escutar a entrevista neste link da GastroRadio





 

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