Pesquisa usa água salina para produção de mini melancias

Pesquisa usa água salina para produção de mini melancias

É muito comum encontrar, nas regiões semiáridas, problemas relacionados à salinização de água e do solo. Há locais em que a água é de baixa qualidade e não pode ser utilizada para o consumo humano a não ser que passe por um processo de dessalinização, mas os dessalinizadores ainda são onerosos e precisam de manutenção especializada.

Com o objetivo de avaliar os efeitos da salinização e do aumento de CO2 atmosférico (que causa o efeito estufa), o engenheiro agrônomo e mestre em Engenharia Agrícola, Alan Bernard Oliveira de Sousa iniciou estudo sobre as respostas ao estresse salino e ao incremento do gás nas mini melancias.


A pesquisa foi desenvolvida no doutorado do Programa de Pós-graduação (PPG) de Engenharia de Sistemas Agrícolas e orientada pelo professor Sérgio Nascimento Duarte, do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ).

Sousa explica que usou as melancias porque elas podem ser produzidas em ambiente protegido (casa de vegetação). Segundo o pesquisador, a mini melancia apresenta, também, maior valor agregado em comparação à melancia comum. “Ela possui tamanho menor, cultivares com ausência de semente, entre outras características que facilitam seu consumo por famílias pequenas ou individualmente”, acrescenta. Além disso, a fruta  apresenta maior adaptação às características climáticas das regiões semiáridas, sendo produzida, principalmente, em estados da região Nordeste do país.

“Foi avaliado o desenvolvimento da mini melancia até a obtenção do fruto, verificando se houve algum efeito na sua qualidade”, conta Sousa.  Nesta primeira etapa do experimento foi possível verificar que a cultura possui tolerância moderada à salinidade, como a melancia comum. “Isso quer dizer que podemos utilizar água salina para sua produção, contanto que a concentração não passe 2,5 de dS/m (deciSiemens por metro).”

A segunda etapa da pesquisa foi conduzida em uma câmara de crescimento da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas – SP) e avaliou o desenvolvimento da mini melancia em um ambiente com o dobro da concentração atual de CO2.“Apesar do CO2 ser um gás que favorece o efeito estufa, o aumento da concentração desse gás na atmosfera irá melhorar o rendimento da produção de frutos de mini melancia", afirma.





 

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